quinta-feira, 10 de junho de 2010

Hoje até podem não reconhecer o teu valor...

... mas nada está perdido e, um dia, o dia chegará.

Exemplo disso é António Lobo Antunes, segundo o que escreveu na crónica para a Visão (n.º 900):

"A professora do primeiro e segundo achava que eu era um génio a escrever, fadado para altos voos, mas o professor do terceiro, quarto e quinto afirmou que as minhas redacções não valiam um chavo:
    - Isto é sujeito, predicado, complemento directo e ponto, não quero cá fantasias, levas um medíocre e vais com sorte
  
     de maneira que durante três anos não passei do medíocre e fui com sorte.
Entregava-me o ponto todo riscado [...]
    - Não me interessa a versalhada, interessam-me as oraçõezinhas
    
    e a mim interessava-me a versalhada, azar o meu. Pior que azar: estupidez minha:
    - És burro ou quê?
   
    e era burro de certeza porque as frases querem-se como deve ser."

1 comentário:

  1. muitas vezes os grandes homens só são reconhecidos depois de mortos.

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