Sábado à noite foi noite de reencontros. Regressei a um local onde passei dos melhores e dos piores momentos da minha vida. E isso, só por si, já é sinónimo de recordações à tona. Felizmente, isso já não me deprime como deprimiu e as recordações, agora, não passam disso mesmo.
Foi bom estar, conversar e conviver com pessoas que sempre estiveram no meu coração, mas das quais, pelas circunstâncias da vida, me fui afastando. É bom saber que, apesar disso, sou sempre bem recebida, com gestos de afecto e palavras carinhosas.
- Já não te via há anos! - É verdade... devias ter imensas saudades!
- Lembrava-me de ti e pensava nisso muitas vezes...
- Pois, imagino, acordavas todos os dias a pensar nisso, não era?
[risos]
Adorei saber as novidades: os casalinhos, a vida profissional, as viagens, o regresso aos estudos, as mudanças...
Muitos também ficaram surpreendidos com o que tinha para lhes contar, embora eu ache sempre que não é nada de especial, não deixa de ser novidade e é sempre bom receber o apoio e perceber que estão orgulhosos de mim. Uma das pessoas com quem falei - daquelas de que nunca fui muito próxima, mas que no fundo esteve sempre lá - surpreendeu-me imenso com o que tinha para me contar, e foi a minha vez de me encher de orgulho por ela, mas fez mais que isso... surpreendeu-me com o que tinha para contar sobre mim. Eu consigo ir mais longe e ela acredita nisso muito mais do que eu própria.
Por outro lado, fui ignorada e tentei ignorar ao máximo duas personagens que por lá andavam... Só não pude deixar de pensar em como a minha vida amorosa é uma total e completa desgraça. [não tem piada, mas acabei de me rir com o que escrevi...] O que é que é suposto eu sentir quando um antigo namorado - que é só e apenas a minha relação mais longa [e de longa pouco tem] e intensa [para mim, está visto] - voltou para a namorada que tinha quando eu o conheci? E se, na altura, era visível que a relação não tinha pernas e pés para andar, agora parece que está para durar e notam-se [a olho nu e distante] bastantes diferenças [aparentemente, para melhor]. Servi apenas para mostrar aos dois que amor era aquilo que eles sentiam um pelo outro? Só perceberam os sentimentos quando se perderam um ao outro? Interferi na relação deles e isto é o que recebo em troca? A justificação para a ruptura nunca foi muito clara, pelo menos para mim, mas agora percebo que amor e paixão são sentimentos distintos e que nem sempre se misturam.
Não consigo deixar de pensar nisto [apenas quando os vejo juntos e, talvez, se isso fosse mais habitual também já me tinha habituado melhor à ideia], mas já segui, definitivamente, em frente... aliás, nem consigo perceber o que raio vi nele! O amor é cego e ponto final.